O caso da jovem Gabriela Patrícia de Jesus Silva, de 20 anos, que morreu após um aborto clandestino realizado em um motel de Ceres, no dia 1º de agosto de 2025, ganhou um novo capítulo nesta semana.
Os dois investigados pelo procedimento – um dentista e uma técnica em enfermagem – deixaram a prisão na última terça-feira (23), após decisão de habeas corpus, segundo informou a defesa.
O casal havia sido preso em flagrante e, posteriormente, teve a prisão convertida em preventiva após audiência de custódia. Agora, respondem em liberdade. A defesa do dentista afirmou, em nota, que o processo corre em segredo de justiça, o que impede maiores detalhes, mas alegou que a acusação apresentou “uma versão exagerada e sensacionalista”.
O Conselho Regional de Odontologia de Goiás (CRO-GO) informou que acompanha o caso e destacou que a investigação não tem relação direta com o exercício profissional da odontologia. A inscrição profissional do investigado segue ativa. Já o Conselho Regional de Enfermagem de Goiás (Coren-GO) declarou que também acompanha o processo e que a conduta da técnica em enfermagem, caso confirmada, será analisada à luz da ética e da legislação que rege a categoria.
Segundo a Polícia Civil, a vítima recebeu supostas doses de medicamento abortivo aplicadas em soro fisiológico dentro do motel e, supostamente, teria consentido com o procedimento. Após a aplicação, começou a passar mal, apresentou sinais de parada neurológica e foi levada inconsciente para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Ceres, onde teve a morte confirmada.
O caso, que comoveu a cidade de Ceres, segue em investigação e tramita em segredo de justiça.