Nesta quarta-feira (10), o Tribunal do Júri da 2ª Vara Criminal de Crimes Dolosos Contra a Vida, em Goiânia, absolveu Dedilson de Oliveira Souza, acusado de matar Francelei da Silva Jesus após o atropelamento que vitimou seu filho, Danilo Pignata, de apenas 8 anos, em 17 de dezembro de 2022.
Na ocasião, o carro conduzido por Francelei subiu no canteiro central da Avenida dos Pirineus, no Setor Esplanada dos Anicuns, e atingiu a criança, que morreu no local. Abalado pela tragédia, Dedilson agrediu o motorista, que chegou a ser socorrido, mas morreu dias depois.
Durante o julgamento, o Conselho de Sentença reconheceu que o réu agiu sob forte emoção diante da perda imediata do filho e decidiu pela absolvição.
Em entrevista exclusiva ao Vale News, o advogado de defesa Danilo Franquilino celebrou a decisão e destacou o simbolismo do resultado.
“A absolvição de Dedilson é enterrar o passado. É encerrar uma situação que por muito tempo trouxe o peso de um processo na vida dele. Ele não agiu por maldade, mas sim em desespero, numa situação emocional que qualquer pai poderia vivenciar. Toda a sociedade goianiense se colocou no lugar dele”, afirmou.
Segundo o advogado, a absolvição reflete também o papel do júri e da sociedade em compreender o contexto.
“O Tribunal do Júri é um contexto geral. O Ministério Público fez uma argumentação, nós fizemos a nossa e acrescentamos a clemência, que é o instinto que traz a absolvição pelo sentimento do caso. Toda a sociedade goianiense se colocou no lugar daquele pai. E a consequência foi a absolvição, que é o que a sociedade buscava”, explicou.
Danilo ressaltou ainda a importância da atuação de sua equipe de defesa, composta por ele, Dnart Davlly Miranda e Alan Araújo, lembrando que este último acompanha o caso desde o início de forma pró-bono, sem nenhum custo para a família, que é de origem humilde.
“O Dr. Alan está nesse caso desde o dia do fato, trabalhando sem cobrar nada da família. Chegamos agora ao Tribunal do Júri para um desfecho que é a medida mais correta: a absolvição”, destacou.
O advogado também aproveitou para deixar um alerta à sociedade.
“A responsabilidade ao dirigir é fundamental. Que esse caso sirva de lição para que motoristas não bebam antes de pegar o volante e, assim, evitem tragédias como essa. Agradecemos à sociedade goianiense pela torcida e pela esperança de ver um pai que estava no banco dos réus ser absolvido.”
Com a decisão do júri, o processo que mobilizou a opinião pública em Goiânia desde 2022 chega ao fim. A Justiça reconheceu que Dedilson agiu em um momento de forte emoção diante da perda do filho, e a absolvição marca o encerramento de um caso que comoveu a sociedade goiana.
