O Brasil vive um cenário de alerta após o registro de dezenas de casos de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas adulteradas, inicialmente em São Paulo e Pernambuco, que já resultaram em internações e mortes. Até esta sexta-feira (3/10), o Ministério da Saúde contabilizava 59 casos suspeitos em investigação.
A preocupação agora vai além dos destilados, como a cachaça e a vodca, alcançando também o vinho e a cerveja, bebidas muito mais presentes no consumo diário dos brasileiros — especialmente em Goiás. Especialistas explicam que, embora cerveja e vinho possam apresentar traços naturais de metanol durante o processo de fermentação, esses níveis são baixos e seguros quando a produção segue normas sanitárias. O risco aumenta quando há falsificação ou adulteração criminosa.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou que até o momento não há registro de contaminação por metanol em cervejas, mas reforçou que o momento exige cautela:
“Estamos diante de um crime envolvendo destilados incolores. No caso da cerveja, pela forma de fabricação e vedação, é mais difícil ocorrer adulteração, mas isso não significa risco zero”.
Operação em Goiás
Diante da gravidade do cenário nacional, o governador Ronaldo Caiado determinou uma operação integrada de fiscalização em bares, distribuidoras e pontos de venda de bebidas em Goiás. A força-tarefa reúne as polícias Civil, Militar e Científica, Procon Goiás e a Vigilância Sanitária Estadual.
O secretário de Segurança Pública, Renato Brum, afirmou que a prioridade é identificar eventuais rotas de bebidas adulteradas que possam ter chegado ao Estado. Já o secretário de Saúde, Rasível Santos, explicou que equipes médicas foram capacitadas para lidar com possíveis casos de intoxicação por metanol e que uma nota técnica foi enviada a hospitais e unidades de saúde.
Preocupação aumenta após vídeos em Goiás
Enquanto as investigações continuam, consumidores goianos têm registrado vídeos de supostas cervejas adulteradas, que circulam nas redes sociais. Em um deles, garrafas de uma marca famosa aparecem com aparência duvidosa, contendo resíduos e impurezas visíveis dentro do líquido.
Apesar de não haver confirmação de metanol nessas garrafas, a mera possibilidade tem aumentado o temor da população, que teme que bebidas falsificadas estejam em circulação no Estado.
O que fazer
As autoridades reforçam que o consumidor deve:
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Evitar o consumo de bebidas de procedência duvidosa;
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Conferir rótulos, tampas e notas fiscais;
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Procurar atendimento médico imediato em caso de sintomas como dor de cabeça forte, náusea, visão turva ou confusão mental.
O Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Goiás (Ciatox) atende 24h e pode ser acionado pelos números 0800 646 4350 (estadual) ou 0800 722 6001 (nacional).
👉 O vídeo que acompanha esta reportagem mostra a comparação feita por consumidores entre cervejas originais e supostamente falsificadas em Goiás.